Paganismo poético
Oh bons espíritos que em outro plano
têm bem patente o lume das ideias –
vossos estalos e onomatopeias
dão-me com que escapar de estar insano.
Acompanhando a dor a cada dano
e derrota na busca de epopeias,
com magnólias, rosas e azaleias
meu chão atapetais, deixando-o humano.
E pelo mundo vou, correndo risco,
e arremessado sou de pólo a pólo,
e encaro o temporal como a chuvisco.
Só peço não me tires, Febo Apolo,
só peço não me tires, São Francisco,
o dom da rima, com que me consolo.
F. C.
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