domingo, 28 de novembro de 2010

OLAVO, GRANDE OLAVO


Em homenagem ao grande Bocage e ao grande Bilac:

Olavo, grande Olavo

Olavo, grande Olavo, semelhante
acho teu fado ao meu, quando versejo.
Igual causa nos fez, do lar no adejo,
achar a solidão, negro gigante.

Como tu, junto aos livros estafantes
de normas pra lembrar, no horror me vejo.
Como tu, a alegria em vão desejo,
os amigos lembrando, e a bela amante.

Ludíbrio, como tu, do curso errado,
Meu fim deve ser Letras, não Direito.
Sei que só terei paz tendo mudado.

Sigo o modelo teu, mas... imperfeito!...
Por que se imito os transes do teu fado,
não te imito na audácia do teu feito.


Filipe Cavalcante
08.11.2010

Soneto de Bocage

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

PARNAÍBA 19 DE OUTUBRO


Leonardo de Carvalho Castello Branco



Dr. João Cândido de Deus e Silva



Simplício Dias da Silva


"Aqui começou o movimento pioneiro; espalhou-se a fagulha da independência que, célere percorria todas as Capitanias. Tudo girava em torno da emancipação! Tanto é que antes de chegar a notícia alvissareira do feito do Ipiranga, já na faustosa Vila de São João da Parnaíba os patriotas antecipavam o gigantesco movimento naquela memorável manhã de sol ardente de 1822. Todo o movimento foi elaborado com ardor e entusiasmo na “Casa Grande da Parnaíba”, onde os planos de libertação foram forjados sob a liderança de Simplício Dias da Silva, de ação calma, enérgica e refletida, eminentemente combativa, com o apoio tenaz de João Cândido de Deus e Silva, o propagandista inflamado da libertação. Outro vulto do movimento foi Leonardo de Carvalho Castelo Branco, alma coração e dínamo da revolução. O pugilo de bravos, ali, no Largo da Matriz, que é a legendária Praça da Graça, dá o grito de independência e aclama o senhor Dom Pedro, príncipe regente, como Defensor Perpétuo do Brasil, entre as mais vivas e ruidosas manifestações dos populares que ali se postavam. Na casa da Câmara, hoje Edifício dos Correios, foi lavrada a ata dos acontecimentos. Desta maneira, o 19 de Outubro tornou-se um dia de glória."
Mario Pires Santana, em http://www.meionorte.com/josefortes/o-19-de-outubro-dia-do-piaui-104267.html



Parnaíba 19 de outubro

Dezenove de outubro – grande data

do dia portentoso, de memória

que não se olvidará. A sua glória

em vosso peito o tempo não abata.

Quando preciso, soube esta pacata

cidade erguer-se brava, de irrisória,

gravando nos anais da sua História

que vis grilhões seu povo não acata.

Já mostrou Parnaíba ao Brasil todo

que é a mais brasileira das cidades.

Heroísmo há no seio deste povo.

Intrépidos erguemo-nos do lodo

pra proclamar as nossas liberdades.

Se for preciso, erguemo-nos de novo.


Filipe Cavalcante.

26.IX.2009

domingo, 10 de outubro de 2010

SIMPLÍCIO DIAS DA SILVA

Homenagem ao grande homem da antiga Parnaíba.



Simplício Dias da Silva

Da igreja que construíste,
daquelas ruas e esquinas,
do teu túmulo, da praça,
da Casa Grande em ruínas
emana a tua memória,
heroicamente imortal

Na memória vêm uns trechos
deveras tendenciosos
que trazem a ouvir histórias
dos atos perniciosos
de um homem muito cruel,
de uma alma sem piedade.

Para nos narrar absurdos
teu nobre nome mancharam.
Mas que importam teus defeitos,
se os heroísmos ficaram?
Todos os homens são falhos.
Até os grandes heróis.

Nada disso nos importa.
Que mal, se foste severo?
O que vale realmente
é o teu enorme esmero
na luta por ideais
em prol da posteridade.

Da igreja que construíste,
daquelas ruas e esquinas,
do teu túmulo, da praça,
da Casa Grande em ruínas
a tua ordem de ação,
o teu brado firme ruge:

Liberdade, liberdade! -
sempre será o teu grito,
ecoando pelos séculos,
nos enchendo do infinito
que se esconde na palavra
liberdade. Liberdade!


Filipe Cavalcante
Santa Inês (MA), 25-26.VII.2009

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

INQUIETAÇÃO




Céus! O blog estava dormindo desde a primeira postagem!
Bem, para acordá-lo, tendes um soneto inédito.
Comecemos as atividades!


Inquietação

Andando nesta estrada, eu, vezes tenho sido

indagado por mim, minha própria consciência,

se a caminhada aqui devo fazer ou vence-a

outra vontade – embora em calma eu vá vestido.

Vez muita acho que quero o outro caminho ou crido

tenho que prosseguir é melhor conveniência.

Como serei feliz na decisão? Eu pense-a

pra que não fique, a alma e o corpo, assim tolhido.

O caminho em que vou me dói, mas é seguro;

no outro vai o prazer, porém não vai o apuro.

Nesse, tão livre irei; neste o amor meu se esfuma.

No outro caminho corre a Poesia em mim, são

os dias todos festa. Aqui o coração

explode de paixões e eu não vivo nenhuma.


Filipe Cavalcante

Parnaíba (PI), 26.05.2010